U+AL design laboratory

O projecto da cadeira de Urban Design, situa-se numa zona de elevada actividade em Gotemburgo, compreendida de grosso modo entre a zona comercial de "Nordstan" e "Backaplan", mais a norte. Entre estas zonas passa o rio Göta Älv e sente-se a ausência de uma ligação entre a escala regional de programas de grande dimensão pertencentes à cidade e a escala local onde predomina o comércio de pequena escala, associado a um domínio mais sub ou peri-urbano.

A primeira aproximação foi a criação de camadas de análise que nos permitissem identificar os problemas separadamente, antes de propor soluções. Assim fizemos análises urbanas variadas, como barreiras, usos, ligações (escalas), cheias (que se revelou mais tarde a layer de análise mais importante) etc etc.







Com isto em mente, começamos por fazer um "urban network strategy" onde identificamos as zonas onde  poderiamos intervir e o tipo de programas que poderiam conter e de que forma estes poderiam potenciar o envolvimento urbano. 




Rapidamente percebemos que o motor de ligação mais forte estava no local: um pequeno rio ladeado por zonas verde, mas desconectadas e desaproveitadas. Ao mesmo tempo neste rio cresce um planta muito rara, que só pode desenvolver-se em águas poluidas, pelo que a ideia de atrair o publico através da escala local nos parecia cada vez mais real. 


Começamos por criar esquemas que explicassem a nossa ideia: com esta ideia de elemento de ligação, uma espinha como acabamos por lhe chamar, criariamos elementos que fortalecessem a continuidade, como uma ciclovia, e um percurso pedonal, mas ao mesmo tempo criariamos programas que se envolveriam com as condições do lugar.


Fizemos assim esquemas, diagramas, que identificavam aquilo que a espinha poderia ser e desempenhar e a e que respostas deveria dar. Identificamos dentro deste grande campo "espaço verde" (não estivessemos nós na Suécia), três grandes familias: água, actividade culturais e comunicações. 





Ao mesmo tempo centramos o nosso foco de intervenção num bloco que se encontra em contrução e nos qual vimos a possibilidade de responder ao que desejavamos. 
Numa primeira aproximação, tendo como referência o rio, criamos uma grelha que nos ajudasse a criar uma ordem de composição e que atendia aos acessos ao terreno. Rapidamente se tornou obsoleta e demos mais importância ao percurso, aos fluxos e a formas mais dinâmicas de experienciar e percorrer.
















Surgiram as primeiras maquetas, ainda muito primárias, com ideias de esqueleto, massa e superficie. Assumimos nessa altura que a intervenção constaria de um nucleo de programas de maior escala e outros de menor, que de alguma forma serviriam os anteriores.





Neste esquema explicavamos o nosso conceito de forma mais gráfica e global...





... e ao mesmo tempo faziamos plantas com toda a informação do que os programas poderiam ser e como se poderiam relacionar.



Surge assim a maqueta de entrega do 1º Semestre, onde a presença das "wetlands " se torna evidente e onde natureza e contruido assumem a mesma importância.




Este corte foi extremamente util por retratar a relação desde o rio até ao programa de maior dimensão , que representava o limite do urbano. Com isto em mente, acabamos o primeiro semestre.



O 2º semestre começa com uma decisão importante: a zona de foco. Sabiamos que teriamos que desenvolver uma zona desta intervenção,extensivamente,  sem que perdessemos noção de conjunto. Ora como os programas de grande escala apenas se situavam neste bloco, decidimos deselvover os programas de mais pequena escala (e ao mesmo tempo porque ia mais de encontro aos nosso ojectivos pessoais e aos programa da cadeira).
Assim fizemos quadros onde identificamos os tipos de actividades, tipologias, materialidade e uso que os programas poderiam ter.


Ao mesmo tempo desenvolvíamos os primeiros esquissos de formas que poderiam responder ás tipologias pensadas. Começamos com uma ideia de formas orgânicas, um lingua que se adaptasse ás funções, mas com o tempo percebemos que essa aproximação não permitia responder a todas as situações e...





 ... depois de um ponto de situação com um engenheiro, mantivemos o mesmo principio mas com ênfase no sistema estrutural e entendendo a estrutura como resposta espacial.



 A ideia foi-se desenvolvendo com os sucessivos ponto de situação (que começaram a ser exagerados a dada altura) e depois de muito batalharmos com o professor catalão (joaquin)...













 ... que nos orientou bem, lidando no caminho de clarificar o sistema, conseguimos chegar a uma solução com uma lógica muito forte, no que diz respeito ao sistema de funcionamento, mas que ao mesmo tempo consegue dar resposta a diferentes situações.








































Assim, o projecto consiste numa estrutura de madeira, composta por várias articulações que podem ser ligadas por elementos ajustáveis ou mais fixos (madeira/  metal) e que a principio se adaptariam aos espaços segundo a vontade de quem os utilizasse, mas que acabaram por se moldar pelas condições naturais. 
Assim as cheias, pela proximidade ao rio, as árvores, as wetlands e tudo que já lá existe, é tão decisivo para a qualidade espacial como os programas que queremos propor.





Para chegar a este sistema único onde a ciclovia é o elemento comum, tivemos de trabalhar bastante na oficina, quer pela complexidade que o sistema nos criou, quer pela necessidade de fazê-lo mover-se segundo uma regra: o nivel da água.



Esta é uma das imagens da maquete final, onde se vêm os diferentes tipos de articulações e os espaço que o sistema pode criar.
Nesta imagem,  vê-se a relação que cria com o rio e as wetlands da sua margem, pelo que permite uma relação de continuidade ao percorrer diferentes tipos de solo.







Alguns espaços que ainda não materializados pelo revestimento, se encontram já com as configurações e no caso de cima, as fixações metálicas significam que o sistema poderá mover-se, sem perder as suas duas dimensões originais.




A ciclovia organiza os programas e a forma de lhes aceder.






 Planta final, com evidência dos materiais, a estrutura mais escura e os elementos de madeira que 
criam pavimento, mais claros, secundarizados.



Estes cortes representam as duas diferentes possibilidades que a estrutura oferece, considerando a cheia do rio e a forma como se adapta ao nivel das águas, considerando que algumas partes ficariam submersas e outras rodariam e levatariam segundo um sistema de rails.



Tornou-se depois essencial mostrar o projecto por camadas, e esta planta mostra como a estrtura se move, sendo que as partes a preto indicam os locais moveis dos carris. Os azuis, são os pontos de ancoragem de certas partes.






Nesta planta, propomos os diferentes usos dos espaços e a tua tipologia (aberto, fechado, semi, sombra, auto aquecido, etc etc).





A secção final, com base em fotomontagem da maqueta




















Fotomontagem de uma parte da estrutura que avança de forma a observar a planta rara que desenvolver-se-ia em águas poluidas.
























Fotomontagem onde se vê a estrutura desdobrada em duas possibilidades, ora como cobertura para a ciclovia, ora rebatida como espaço para performance ou representação.


































Nesta imagem vê-se um dos elementos que mais nos custou a pensar: a ponte. Neste ponto a estrutura alonga-se (ver planta) e permite atravessar o rio, fazer a passagem (superficie) e ao mesmo tempo a estrutura que a suporta (corte)







Uma ultima imagem com um dos ambientes como imaginaríamos, se continuássemos a desenvolver o projecto.






A critica correu bem, foi-nos dito que a estrutura possuía outras qualidades, mais poéticas de relação com a natureza e formas de a revisitar, que eu ainda não tinha visto. Em geral foi um projecto satisfatório, com altos e baixos, um processo ao qual nao estou habituado, lento mas eficaz e com um resultado final muito positivo.Gostei.

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