Delft_conta(c)to

3 de Agosto_ chegou o dia de partir para uma nova aventura. Depois de um ano de "intercâmbios" na Suécia, segue-se um estágio de 6 meses (ou quem sabe 1 ano) na Holanda, ou melhor, nos Países Baixos (desambiguação que apenas recentemente entendi).


Partindo aínda de madrugada, tudo foi muito simples pois esta vida de viajante já não me é completamente estranha. Alguns processos já são fáceis e quase mecânicos. Cheguei a Eindhoven ás 10 da manha e como o avião vinha do Porto, rapidamente conheci alguns portugueses e fui com um deles até ao centro da cidade. Falou-me um pouco do país e de algumas questões culturais, visto que já cá está há 2 anos e pensa cá ficar a trabalhar.Após me ter ajudado a comprar o bilhete de comboio para delft, despedimo-nos.


No comboio, fiz uma pergunta a um holandês e também começamos a falar. Era um tipo muito interessante que estava a regressar de um intercâmbio em Israel e tinha imensas histórias para contar. Disse-me que aprender holandês é desinteressante pois quase todos falam inglês e tendo em conta o período que conto cá ficar, não se justifica. Também concordou que o saber não ocupa lugar e que aprender uma língua é também sinal de respeito por uma cultura. Saiu na estação anterior à minha e portanto a viagem pareceu-me muito rápida.



Chegado a Delft, vi-me num caos para saír da estação pois está em obras (mais tarde vim a descobrir que os Mecanoo têm um projecto qualquer lá). Com um mapa impresso no dia anterior, lá me encaminhei para o que será a minha morada nos próximos meses. Ainda perdido a meio caminho, um velhote ao ver a minha expressão e aspecto de outsider, ofereceu-me ajuda e depois de perceber para onde queria ir, lá me ajudou (entendi que nem o nome da rua sabia dizer propriamente). Cheguei ao apartamento, o holandês (Koen) que me alugará a casa nos próximos 6 meses, esperava-me e tudo foi muito rápido.


Fiquei agradavelmente surpreendido com o quarto, que parece maior do que na infeliz fotografia e na rudimentar planta. Ele foi gentil ao deixar alguns utensilios de cozinha e até roupa da cama comprou. Instalei-me muito rapidamente e aínda antes de desfazer as malas, fui visitar o atelier.



O percurso casa-trabalho é muito rápido e atravessa o centro da cidade, pelo que a Nikon começou logo em acção. A cidade tem a imagem que esperava, com a construção em tijolo  á vista de cérceas baixas e os sucessivos canais que lhe dão um sentido idílico e pitoresco. Apercebi-me que em passo de turista, demorei meia hora, pelo que diariamente devo fazer este trajecto em 15 minutos (equaciono se valerá a pena comprar a tipica bicicleta que em todo o lado se vê! Se não se tratar de comodidade, será apenas para me sentir mais holandês :) ).


 
 
 
 
 
 


No atelier, fui muito bem recebido pela senhora dos recursos humanos com quem já muito falara. A Judith encarregou-se de me mostrar o atelier, que se instala num edificio antigo, que na verdade eram dois, e as salas com as meias canas decoradas, o imponente corredor central, a distribuição dos espaços ou até o pé-direito, denunciam o lugar. Poucos estavam a trabalhar pois a maior parte encontra-se de férias. Fiquei perplexo com a quantidade e diversidade das salas. Desde a tipica sala de trabalho, existem salas de maquetas (três ou quatro, divididas em laser, pintura, oficina de madeiras (que em muito me lembrou a Suécia), ou apenas arquivo) escritórios para os senior partners, salas de conferência, salas de reunião (onde soube que a todas as segundas o pessoal das equipas se reúne para planear a semana), cozinha, uma sala com uma enorme mesa onde "todos comem como numa enorme familia", um Zoler, que é uma sala no ultimo andar, um cockpit que faz mezanino para uma outra de reuniões. Bom! É complexo e funcional.
Assinei o contra(c)to e fui me explicado o funcionamento interno do atelier, as questões mais práticas e aínda houve tempo para praticar espanhol com uma arquite(c)ta que eu já conhecia. Fiquei com impressão que são pessoas muito acessiveis, não muito exigentes (espero) e depois de algum tempo até já me estavam a contar a equipa em que vou trabalhar (liderada por um grego) e o proje(c)to que vamos atacar. Será um hotel nas ilhas Mauricias que ganhou a 1a fase e que será agora desenvolvido.

A todo o gás, voltei a casa, desfiz as malas e ainda tive tempo de fazer as compras mais básicas no C1000 (supermercado próximo da minha casa que certamente fará parte da minha rotina). 
Que dia! 
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